O texto relata o processo de orientação acadêmica da aluna Cibele em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Pedagogia. Aborda as dificuldades iniciais da aluna em definir seu objeto de pesquisa (inicialmente focado em "inclusão"), a intervenção da orientadora para redirecionar o tema para "letramento", e a evolução do trabalho até sua defesa bem-sucedida. O caso é analisado através de conceitos psicanalíticos lacanianos e estratégias pedagógicas.
Detalha as etapas da orientação, desde a primeira entrevista com Cibele (que manifestava confusão conceitual) até a defesa final. Inclui estratégias como indicação de leituras específicas (ex.: Marcuschi, Soares), feedback textual e adaptação metodológica.
A mudança do foco de "inclusão" para "letramento" é central. A orientadora identifica na escrita difusa da aluna um interesse subjacente pela relação entre leitura, escrita e práticas sociais, redirecionando a pesquisa para análise de livros didáticos.
Utiliza conceitos lacanianos como Discurso Universitário (alienação ao conhecimento institucional) e Discurso do Analista (busca pelo desejo inconsciente), além de referências a Bourdieu e Freire para discutir reprodução social e educação crítica.
Destaque para as dificuldades de Cibele em estruturar texto científico: generalizações, falta de modalização, incoerências teóricas (ex.: confundir "letramento" com exclusão da decodificação) e organização de seções como introdução e metodologia.
A estratégia da orientadora em ignorar a demanda superficial da aluna ("inclusão") para focar nos indícios de seu desejo inconsciente (expresso em trechos sobre leitura/escrita). Isso permitiu que Cibele engajasse-se num objeto autêntico, resultando em um trabalho inovador sobre letramento em livros didáticos.
O caso ilustra como uma orientação sensível às subjetividades do aluno, aliada a intervenções precisas (ex.: leituras direcionadas, revisão textual colaborativa), pode transformar dificuldades iniciais em produções acadêmicas relevantes. Também evidencia a aplicação prática de teorias psicanalíticas na educação.
"Solicitei à aluna que enviasse o pré-projeto [...] serviu-me como mapa para dar os primeiros passos" (estratégia de diagnóstico inicial).
"Aproveitei o período das férias para indicar-lhe Marcuschi (2001)" (uso de leitura para redirecionar o tema).
"Investi nas torções que poderiam advir dos indícios de seu desejo inconsciente" (base lacaniana).
"Era uma aluna que não passava despercebida [...] mas seu texto era um amontoado de clichês" (contraste entre perfil pessoal e escrita acadêmica).
O texto descreve uma jornada de orientação marcada por obstáculos conceituais e textuais, superados através de escuta ativa, intervenções teóricas precisas e revisão processual. A articulação entre psicanálise e pedagogia mostra-se eficaz para transformar confusões iniciais em contribuições acadêmicas consistentes, como a análise crítica de livros didáticos realizada por Cibele.
O relato acompanha a trajetória da aluna Cibele no TCC de Pedagogia. Inicialmente focada em "inclusão", sua orientadora identifica nos rascunhos um interesse não verbalizado por leitura/escrita. Através de leituras direcionadas (ex.: teorias de letramento) e revisões textuais colaborativas, o trabalho migra para análise de livros didáticos, revelando discrepâncias entre o discurso oficial e as atividades propostas. O processo é analisado à luz da psicanálise lacaniana, destacando como a orientação pode catalisar transformações pessoais e acadêmicas.
Exemplo do texto: A orientadora ensina Cibele a revisar generalizações ("é incontestável que...") substituindo-as por argumentos sustentados. Incluiu exercícios como: "Questionar cada afirmação categórica" e "Inserir citações que validem posicionamentos".
Exemplo do texto: A orientadora estruturou um checklist com: