O texto é a transcrição de uma entrevista com o professor doutor Valdeir e Torbazoto. O tema central é a importância, o significado e os desafios do ensino de leitura e escrita no ambiente escolar e, principalmente, no universitário. O professor defende que ler e escrever vão muito além da simples decodificação e reprodução de informações, sendo ferramentas essenciais para a produção de conhecimento e o desenvolvimento de um posicionamento crítico.
O ponto de maior atenção é a distinção fundamental entre a leitura para compreensão/reprodução e a leitura/escrita para a produção de conhecimento e posicionamento crítico. O professor enfatiza repetidamente que a universidade falha em seu propósito se não levar os alunos além do primeiro estágio, transformando-os de meros replicadores em produtores de saber, capazes de fazer suas áreas e a própria humanidade avançarem.
Podemos concluir que o ensino de leitura e escrita é um processo contínuo e que deve ser aprofundado na universidade, sendo uma responsabilidade de todos os cursos, não apenas de disciplinas de "Português". A proficiência exigida no nível superior é qualitativamente diferente daquela da educação básica, pois está intrinsecamente ligada à capacidade de avaliar, criticar, questionar e, finalmente, produzir novo conhecimento, uma habilidade essencial para a formação de profissionais e pesquisadores em qualquer área.
A entrevista com o Professor Valdeir Torbazoto apresenta uma defesa contundente de um modelo de ensino de leitura e escrita que transcende a mera proficiência técnica. Ele argumenta que a habilidade de ler e escrever criticamente é o motor da produção de conhecimento, função primordial da universidade. O professor critica a abordagem que se contenta com a compreensão e a paráfrase, propondo, em vez disso, um ensino que capacite o aluno a dialogar com os textos, avaliá-los e, a partir deles, construir um posicionamento próprio e original. Essa competência não é vista como exclusiva da área de Humanas, mas como um pilar para a inovação em todos os campos do saber, da saúde à engenharia. A gramática é posicionada como um instrumento de apoio, e não como um fim em si mesma, reforçando que a clareza na forma deve servir a um conteúdo e raciocínio robustos. Em suma, o texto é um chamado para que a universidade assuma a responsabilidade de formar pensadores críticos, e não apenas reprodutores de informação.
Na entrevista, o professor Valdeir Torbazoto explica que o verdadeiro objetivo de ensinar a ler e a escrever, especialmente na universidade, é capacitar os estudantes a desenvolverem suas próprias ideias e a se posicionarem criticamente sobre o que leem. Ele observa que, frequentemente, tanto na escola quanto na universidade, o ensino se restringe a verificar se o aluno entendeu o texto, incentivando apenas a repetição de ideias alheias. Para o professor, isso é insuficiente, pois a universidade deve ser um local onde se cria conhecimento novo. Portanto, é crucial que estudantes de todas as áreas — não só de humanas — aprendam a ler de forma analítica e a escrever para além da simples reprodução. Ele sugere que a leitura de artigos científicos, por exemplo, deve ser feita com um olhar avaliativo, para identificar o que é realmente inovador. A gramática, nesse contexto, é importante como um suporte para expressar essas ideias complexas de forma clara, mas o desenvolvimento do raciocínio crítico é a prioridade. Por fim, ele menciona que estratégias como integrar projetos de pesquisa às disciplinas ou criar centros de apoio à escrita são formas eficazes de promover essa habilidade essencial.
O Lá pessoal, estamos aqui com o professor doutor Valdeira e Torbazoto, ao for de dois textos diferentes que vocês leiram durante a disciplina.
E eu convidei o professor Valdeira que a gente aceitou para conversar com a gente um pouquinho sobre questões relacionadas à leitura escrita na universidade.
Então, bem-vindo, professor eitor, muito obrigado por ter aceitado o convite.
Eu aqui agradeço, com a tarde a tudo, muito obrigado pelo convite e vamos tentar responder na medida do possível as questões que você vai nos fazer.
A primeira questão seria uma questão mais geral e seria o que que significa na sua opinião ensinar a ler e a escrever na escola e também na universidade.
Eu diria que ensinar o aluno a ler e escrever significa ensinar trabalhar com a língua.
O aluno precisa dominar a regra da escrita, precisa dominar as regas da língua a ponto de ir construindo uma posição própria, frente ao assunto sobre o qual ele está lendo escrevendo.
Nós estamos aqui falando do esse direitura que não é simplesmente o aprendizado do código da leitura, mas é o aprendizado de como dizer uma coisa, como marcar a sua própria posição, frente ao texto que ele está lendo ou frente ao assunto sobre o qual ele tem que escrever.
E essa posição que ele vai marcar, ela vai acontecer, na medida que a gente tiver a condição de relacionar o que ele está lendo ou que ele está escrevendo com o mundo real do qual ele participa.
Considerando o que acontece na escola e na universidade, de que forma esse ensino efetivo de leitura escrita se aproxima ou se afasta desse significado específico de ensinar a ler e escrever que você coloca.
Se você vai para uma escola, se você vai para uma universidade, o que os exercícios de leitura são feitos.
Só até o ponto em que o aluno compreende o texto ligo, se os exercícios de leitura feitos na escola vão só até aí e levam aluno, simplesmente rediseu o que ele leu, nós podemos dizer então que a leitura ela está reduzida a um primeiro caço do que se espera o que seja uma leitura.
E se o objetivo dos exercícios é só levar o aluno a compreender o que ele leu e dizer de novo, fazer uma parafras, e esse exercício de leitura está deixando de lado os passos seguintes que levariam o leitura produzido a sua própria leitura, ou seja, a produção de um conhecimento próprio e de um posicionamento próprio, frente a um determinado tema ou assunto.
É a construção de um posicionamento próprio, a respeito de um tema.
E a inserção desse tema e desse posicionamento no mundo é que deve ser registrado como produto final da escrita do aluno.
Se o que o aluno registra é só resultado de uma compreensão, novamente nós precisamos observar para esse aluno que estamos deixando de lado um conjunto de coisas que ainda tem que ser feitas até chegar à leitura escrita.
Nossa produção, professor, os alunos, efetivamente chegam a esse lugar de tomar uma posição crítica frente a leitura e a escrita, e além dessa etapa da compreensão ou do redisero, que outros já disseram, ou seja, pela sua experiência dentro da universidade São Paulo, é possível afirmar que os alunos têm chegado a esse lugar de produzir conhecimento, como é que o senhor vê isso, como é que se orve as políticas que são implantadas na universidade sobre leitura escrita? Olha, em geral o que a universidade busca conhecer no aluno é essa capacidade que a gente chama de proficiência e leitura e inscrito.
Então, o que é que se avalia para que o aluno entre na universidade? A valia capacidade dele de entender a ideia central do texto e de expor essa compreensão da ideia central de maneira clara e objetiva.
Em com relação à escrita, a universidade avalia o aluno e considera bom aquele que já faz uma escrita sem muitos erros de ortografia, de pontuação, de articulação entre um parágrafo e outra.
Nas últimas décadas, a gente já não tá buscando mais.
As avaliações já não avalham mais a capacidade do aluno de construir uma leitura mais criativa, mais dele, que seja resultado da articulação entre vários textos e da compreensão que ele tem do mundo.
O que tem se buscando é o aluno que se mostra capaz de dizer, o que que está cada um dos textos, buscas e também verificações no incapaz de compreender os formatos, as composições desses textos, tanto na hora de escrever quanto na hora de ler.
E esse é um tipo de leitura de escrita que serve muito pouco aos objetivos da universidade.
A universidade é um lugar de produção de conhecimento.
Então, se nós esperamos do alun que ele produz algum conhecimento, nós temos que ensinar esse alun alerno à universidade de maneira que ele vá além daqui no que foi avaliado quando ele entrou.
Se a universidade não insistir para que o alun aprenda, e acima de tudo, se dispõe a aprender a ler e escrever, esses alunos não farão um conhecimento nas suas áreas agonçarem.
Ele serão apenas replicadores dos conhecimentos já existentes.
O que é muito pouco para o avanço da humanidade, para o avanço do conhecimento, e mesmo para a preservação da humanidade, que cada vez mais depende de uma leitura, em uma escrita, que produz as soluções para os novos problemas de segurança, de escuro, de etc.
Então, eu queria bem claro que nós estamos falando aqui de um aprendizado de leitura de escrita, que tem que abranjeir todas as áreas do conhecimento.
Um aluno da área de saúde nos dias de hoje, se ele não é capaz de fazer avançar o conhecimento por meio da leitura, ele não dá conta dos problemas que nós evidenciamos.
Então, isso significa que não só os alunos das áreas de humanas, que são normalmente os mais relacionados a área de leitura escrita, devem saber ler e escrever criticamente, mas os alunos de todas as áreas, porque eles fazem parte da universidade, e como tal, devem produzir conhecimentos.
Então, a leitura escrita, seriam.
.
.
o ensino de leitura escrita, seria uma área que deveria estar presente em todos os cursos de graduação da universidade.
Mas é menos isso, né? Claro, porque nós estamos entendendo aqui leitura escrita, como aquela coisa que se conhece da aula de português.
Nós estamos entendendo leitura escrita, como um lugar específico a partir do qual se produz conhecimento.
E isso não é ensinado só na aula de português, isso não é ensinado suficientemente na escola básica.
Isso é um aprendizado que tem que ter na universidade.
Não há como o aluno, na universidade, progredir, no sentido de escrever o seu nome no interior da área, se ele não se dispuser, é para aprender bem a leitura escrita e a possibilidade de fazer o conhecimento da sua área avançar.
E nesse sentido, qual seria a importância específica para uma aluno iniciante que está começando o seu curso de graduação? Dos textos chamados textos científicos, mais recentemente receberam o nome em inglês de papers, mas é um termo que vem sendo usado bastante.
Qual a importância do aluno ter proficiência de leitura nesse tipo de texto? O aluno precisa se dispara ler esses textos, considerando.
Primeiro lugar que é necessário entender-los, e segundo lugar é necessário redeses esses textos, mas fundamentalmente é necessário analisar esses textos.
A universidade hoje enfrenta um problema com relação à leitura do texto acadêmico que está ligado a hiper produção de papers.
São muitos textos, a universidade é obrigada a produzir muito, ela é avaliada pela quantidade.
Então, isso demanda do aluno uma capacidade de leitura que seja uma leitura também avaliativa.
Se a gente quiser, a gente pode chamar de leitura crítica.
O aluno precisa ler esses textos e saber avaliar o quanto esses textos trazem de novidade ou não para sua área.
Imagina que um aluno de engenharia e ele não consiga entender o que aquele texto que ele tem em monstro se de novo para a área.
Ele não tem o que fazer com esse texto, porque a única função da leitura desses textos na universidade é ad questionar e adipropor num conhecimento novo sobre o que está naquele texto.
Então, isso é um aprendizado que se precisa ter.
Há uma ilusão, em geral, o aparte do aluno universitario, que basta pegar um paper e ler e entender que já é suficiente.
Muitas vezes esses papers trazem um conhecimento que está desatorizado.
Quando digo desatorizado, eu nunca dizer publicado há muito tempo, nunca dizer fora da dava de validade.
Quando digo desatorizado, eu estou dizendo, embora seja muito recente e use de videografia muito recente, esse texto pode não trazer nada de novo, nada que já foi dito a muitos anos atrás.
Isso é um aprendizado que o aluno hoje precisa ter.
Ou seja, o aluno precisa ser.
.
.
Ele precisa continuar a aprender, ler e escrever, mesmo estando na universidade, porque ele tem que fazer uma leitura e uma escrita que são diferentes daquela leitura e da escrita que ele aprendeu durante a educação básica.
Nesse sentido, esse leitore crítico tem que ser capaz de perceber a diferença de um paper que só reproduz de um paper que avança no conhecimento, mas ou menos nesse sentido.
Sim, só para dar um exemplo, pegando um detalhe dessa produção, um estudante de qualquer área, ao pegar um motivo científico, ele pode se deparar com uma parte do texto, desse texto, que é mais ou menos um apanhado teórico da própria área.
Se esse aluno olhar bem, ele vai ver que muitos artigos, essa parte é só uma exposição de um conjunto de autores em geral tem um autor por parágrafo, e faz uma exposição do que cada um disse, mas não se avalia, não se discute, não se questiona, não se pondeira.
Então, a questão que o aluno tem que aprender é como olhar para uma sessão dessa de um artigo e perceber que ali só tem uma exposição muito simples do que está em outros textos, e como perceber, de que forma o autor está movimentando esses textos para que eles contem bom para a pesquisa que este autor está divulgando por meio do seu próprio artigo.
Agora a gente já está sem caminhando para o final da entrevista, eu queria encerrar com uma pergunta que é um certo lugar comum, mas que eu acho fundamental.
Que os alunos dessa disciplina de leitura e produção de textos saibam, que é o papel da gramática normativa ou da gramática prescritiva no ensino de leitura escrita.
Qual seria o papel daquele da gramática entendi da como um conjunto de regras a serem seguidas? Sim, quando falei que um dos objetivos da leitura da escrita ensinar o aluno a trabalhar com a língua, eu estou envolvendo aí nesse trabalho com a língua e o trabalho com as regras também da escrita padrão.
Então a gramática normativa, as regras da escrita padrão e outros aspectos formais, eles devem ter um papel de apoio à apresentação dos resultados da produção do aluno por escrito.
Ou seja, depois que o aluno tiver condições de dizer aqui resultado ele chegou e que ponto ele até que ponto ele foi com as leituras dele e a compreensão do assunto, aí sim, vale a pena ele ter um conhecimento gramatical um conhecimento da estrutura do texto para ele apresentar esse texto dentro das convenções que vão fazer com que outras pessoas também entendam.
Então o aprendizado desses aspectos que é o mais formal, eu diria, eles não podem ser o objetivo principal.
Eles devem ter como objetivo dar sustentação para o aluno e fazer uma boa apresentação do texto.
Desde muito cedo, é importante que o aluno aprenda que uma forma sem conteúdo tem muito pouco importância.
Para isso, nas aulas, é melhor a gente desafiar o aluno a construir um bom raciocínio sobre determinado tema e depois pouco a pouco e ensinando as normas e as regras da escrita padrão para que ele sustente bem o raciocínio que ele está fazendo de forma clara e de forma compartilhável, de forma que ele possa dialogar com outras pessoas que entende o mesmo idioma escrito.
Ótimo.
Agora só uma outra pergunta que eu me recordo e acho importante fazer.
Se você pudesse comentar brevemente quais são as estratégias utilizadas tanto pelo uma felicidade de São Paulo contra por outras universidades que você conheça para o ensino efetivo de leitura escrita aos alunos de nível superior.
Olha, a estratégia que eu defendo e que tem muita gente trabalhando hoje é o que nós chamamos de uma estratégia que nós construímos dentro de algo que nós chamamos de movimento pela pesquisa na graduação.
Então, o que significa esse movimento? Significa que cada professor ele conduza a disciplina que ele ministra com uma pesquisa envolvida que o aluno vai desenvolvendo durante todo o CNS, durante todo o período que está cursando a disciplina e com uma escrita para ser apresentada publicamente no final.
Essa é uma estratégia interessante, porque a cada aula o aluno vai incorporando novos elementos na escrita dele e esta escrita pode voltar para o professor no meio do CNS para o professor ir levando a luna e escrever o melhor possível.
Então, é uma estratégia que consiste em fazer com que um ensino a pesquisa e a extensão tem um peso equilibrado porque na mesma sala que ocorre a disciplina, ocorre também a pesquisa e o resultado da pesquisa é uma escrita e depois no final vai ocorrer a extensão quando o aluno apresentar esse trabalho.
Isso é para todos os alunos da disciplina e não só para alguns.
Essa estratégia que eu mais defendo já defenda 30 anos e hoje tem vários universidades que trabalham nesse sentido.
Mas há outras, igualmente, várias, alguns universidades, por exemplo, na colombia, elas têm praticamente um escritorio de escrita e de leitura.
Todo o aluno de todo o curso, obrigatoriamente, ele tem que passar para esses escritores, onde há monitores que ajudam na lentura e na escrita.
Se a gente ouve um estudante colombiano falando em público ou leu seus textos, a gente vê que eles têm uma profeciência em leitura escrita bastante nervada.
Mas é porque há muitos universidades fazem esse tipo de trabalho.
Além disso, claro, todo o professor pode cuidar pouco da escrita, mas há um momento em que precisa do especialista em escrita para ajudar o aluno a superar os problemas que ele tem.
Basicamente, eu diria que precisa que a universidade inteira tome nas mãos o trabalho para a letra escrita considerando que isso é importante para todas as áreas e todas as áreas são responsáveis por isso.
Bom, o professor valdeir.
Eu queria gravar ser o meu nome, nome dos alunos dessa disciplina de leitura e produção de textos, o seu acente, a sua conversa conosco, nessa situação como a gente conseguiu fazer, é o que está sempre possível no momento.
E, desejar aos alunos que assistam, que têm um gostado desse entrevista, e que os façam refletir sobre a importância da leitura e da escrita para todas as áreas do conhecimento.
Muito obrigada.
Muito bem, agradeço oportunidade e me coloca a disposição dos estudantes e de vocês.
Podemos fazer outras tentativas de diálogo sobre o tema por meio de chatas ou coisas assim.
Eu estou completamente a disposição e muito agradecido.
Muito obrigado.
Então, até mais pessoal, até mais professor valdeir.
A gente agradece bastante a sua disponibilidade.