Na terceira aula o professor Elevagna introduz a distinção entre ética e moral. A ética é apresentada como uma disciplina ampla, racional e universal, que busca resolver problemas em diferentes contextos. Já a moral é descrita como um fenômeno social e cultural, derivado dos costumes de cada grupo. Para fundamentar essa distinção, o professor recorre à antropologia, citando autores como Edward Tylor, Claude Lévi‑Strauss e outros, que definem cultura como um conjunto de crenças, valores, práticas e conhecimentos simbólicos transmitidos e transformados dentro de grupos sociais.
O conteúdo destaca que a moralidade surge dos costumes que se mostram úteis para resolver problemas sociais, sendo esses costumes transformados em valores morais. Assim, a moral varia de cultura para cultura, gerando uma multiplicidade de códigos morais. Essa diversidade cultural leva ao conceito de relativismo moral, que desafia a ética ao exigir normas universais que respeitem todas as diferenças culturais.
O professor também aborda o choque cultural, fenômeno comum quando indivíduos se deparam com práticas diferentes das suas. Ele enfatiza que a ética deve criar normas que permitam a convivência legítima entre múltiplas moralidades, evitando o etnocentrismo – a crença de que a própria cultura é superior. A ética, portanto, busca a tolerância e a inclusão, reconhecendo que não existe uma moral absoluta.
Na quarta aula, o professor Elevagna explora o conceito de multiculturalismo e sua aplicação nas políticas públicas. O multiculturalismo é apresentado como uma visão que valoriza a diversidade cultural, promovendo o respeito, a preservação e a convivência entre diferentes grupos. Autores como Stuart Hall, Charles Taylor e Peter McLaren são citados como referências teóricas que fundamentam essa perspectiva.
O professor destaca que o multiculturalismo está intrinsecamente ligado ao relativismo cultural, pois ambos reconhecem a coexistência de múltiplas identidades e práticas. Ele também introduz a cultura de direitos, que se refere à expansão de direitos para indivíduos com origens culturais ou identidades diversas, como a comunidade LGBTQIAPN. Essa cultura de direitos reflete a evolução das democracias contemporâneas, que buscam garantir a igualdade e a proteção de minorias.
O conteúdo conclui que a ética contemporânea deve lidar com esses desafios, criando normas que respeitem a diversidade cultural e promovam a justiça social. A ética, portanto, se torna uma ferramenta prática para orientar políticas públicas que garantam a convivência pacífica e a proteção dos direitos de todos os grupos.
Qual é a principal diferença entre ética e moral, conforme apresentado na aula?
Qual antropólogo definiu cultura como “um complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, moral, costumes e hábitos adquiridos pelos humanos como membros da sociedade”?
Por que o conceito de “relativismo moral” representa um desafio para a ética em sociedades multiculturais?
Qual dos seguintes autores NÃO foi mencionado como contribuinte ao estudo do multiculturalismo?
Qual é o principal objetivo das políticas públicas multiculturais, segundo a aula?
O que significa “cultura de direitos”?